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14 de mai. de 2009

A vida não se resume...



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Por Efraim Rodrigues, Ph.D.- efraim@efraim.com.br

Em um antigo festival de música, o júri elegeu “A Banda” para ser a vencedora, mas o público queria

 “Para não dizer que não falei das flores” de Geraldo Vandré. Humildemente, ele lembrou à platéia que “a vida não se resume em festivais”.

Por anos, o movimento ambientalista buscou uma bandeira unificadora.

Tentamos a contaminação por organoclorados, com o livro A Primavera Silenciosa, de Rachel Carson. Tentamos as baleias e a poluição do ar, mas nada catalisou a atenção como o aquecimento global.

Há uns dois anos, quando a causa ambiental fez sua primeira capa em uma revista de circulação nacional, eu estava indo para um congresso. A matéria acabou sendo a grande sensação, porque ninguém estava acostumado a ver argumentos que até então eram restritos à academia, serem veiculados desta forma.

O aquecimento global é um problema seriíssimo, que vai mudar dramaticamente nosso modo de vida, mas a extinção de espécies, a erosão de solos, a contaminação química, a redução da disponibilidade de água, a contaminação das grandes cidades, todos continuam a nos causar problemas como antes. Em muitos casos, ainda agravado pelo aquecimento.

A mídia está tão desesperada atrás de notícias, que já está até publicando notícias descabidas sobre espelhos interplanetários, e bombeamento de gás carbônico. Não há quem pague por isto, e os resultados, menos que não comprovados, podem até ser negativos, já que mexer com a natureza é sempre um experimento.

Mais simples e garantido que isto, é procurar as alternativas que trazem ganhos associados. Melhorar o transporte urbano, por exemplo, reduz a emissão de carbono dos automóveis, assim como melhora a qualidade do ar.

O seqüestro de carbono em florestas, alia este benefício com a conservação de espécies. A melhoria de práticas agrícolas faz com que o solo tenha mais carbono, o que por si só já reduz a erosão, além de aumentar a fotossíntese, e com ela o seqüestro de carbono.

Não há nenhum brinquedinho que algum papai possa nos dar para que possamos sair da fria em que nos metemos (não me perdoem pelo trocadilho).

Nós sairemos desta se quisermos, e se colocarmos nossa cabeça para funcionar, buscando meios de reduzir a emissão e gerar ganhos associados, tanto para a causa ambiental, como para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

A vida não se resume nem em festivais, e nem mesmo em aquecimento global.



Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br) é Doutor pela Universidade de Harvard, Professor de Recursos Naturais da Universidade Estadual de Londrina, consultor do programa FODEPAL da FAO-ONU, autor do livro Biologia da Conservação, e nos fins de semana ajuda escolas do Vale do Paraíba-SP, Brasília-DF, Curitiba e Londrina-PR a transformar lixo de cozinha em adubo orgânico.


Fonte: EcoTerra Brasil.

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