Você não quer mais fazer regime, não encontra tempo para se exercitar e adora encher o carrinho com produtos industrializados. Mas invariavelmente, revolta-se com o peso indicado na balança. Mesmo se você não tem disciplina para colocar em prática os dois primeiros hábitos, saiba que é possível emagrecer mudando sua forma de olhar para os produtos expostos nas prateleiras dos supermercados. O impacto que isso provocará em seu corpo será útil à saúde e também às suas medidas.
ÉPOCA preparou um dossiê para você não cair nas armadilhas dos fabricantes e lojistas – como as guloseimas penduradas até no teto no período da Páscoa – e reuniu orientações do livro Eat this, Not that (algo como Coma isso, Não aquilo, ainda sem tradução para o português) para você fazer compras mais leves e até mesmo mais baratas.
• 1. Ande bastante: normalmente as comidas mais saudáveis e os alimentos frescos estão longe da porta do supermercado. Para comprá-los é preciso atravessar o estabelecimento – passar pelos enlatados e outros industrializados. Agora, em abril, todo supermercado recepciona os clientes com ovos de Páscoa, não caia nessa armadilha;
• 2. Olhe para as prateleiras altas: produtos industrializados rendem mais aos varejistas, por isso, os que são produzidos pelos grandes fabricantes ficam bem na altura dos olhos dos clientes. Bolachas, doces e chocolates, por outro lado, ficam mais para baixo, para estar ao alcance de seu público-alvo, as crianças. Resultado: alimentos saudáveis tendem a ficar no alto ou na parte inferior das prateleiras;
• 3. Deixe as crianças em casa: não levar as crianças ao supermercado é uma boa maneira de fazer compras de melhor qualidade e evitar pedidos irrecusáveis de olhinhos inocentes;
• 4. Quanto menos embalagem, melhor: quanto mais embalagem, menos nutritivo o alimento. A regra é simples: quanto mais perto você chega do solo, melhor é o produto. Transporte, preparo, adição de conservantes e proceso de embalagem ajudam a retirar dos alimentos seus nutrientes essenciais e, muitas vezes, aumentam suas calorias;
• 5. Aprenda a ler rótulos: você tem duas embalagens à sua frente. Uma diz “grãos integrais” e a outra, “multigrãos”. Qual das duas você escolhe? Infelizmente, a tática da indústria é usar certas palavras que soam saudáveis, mas que podem fazer mal à saúde. “Grãos integrais” quer dizer o grão inteiro, o que é bom, porque o processo de refinamento retira a maioria dos nutrientes, deixando para o consumidor apenas as calorias. “Multigrãos”, por outro lado, significa que mais de um tipo de grão foi usado na receita do produto – não importa se era integral ou processado;
• 6. Confira sempre a tabela nutricional: ao comprar dois produtos, escolha aquele que tiver uma porcentagem menor de sódio, gorduras totais, saturadas e trans, açúcares e calorias;
• 7. Compare produtos similares às versões light:em alguns casos, um mesmo produto, mas de outra marca, é mais saudável do que aquele que você geralmente compra. Nem sempre a opção é comprar a versão “light” do produto que você quer é a melhor opção. O light geralmente tem mais sódio e, aí, vale a regra anterior: é melhor o produto que tem menos sódio, gorduras totais, saturadas e trans, açúcares e calorias;
• 8. Quanto menos ingredientes, melhor: se você já leu o rótulo das embalagens, certamente ficou perdido com os nomes de muitos dos ingredientes. Ao comparar dois produtos similares, pegue o que tiver menos elementos em sua composição. Essa é uma regra simples que garante, quase sempre, uma escolha mais saudável;• 9. Os primeiros ingredientes é que valem: os ingredientes do topo estão em maior quantidade . Os debaixo apresentam em quantidades mínimas e pesam menos na hora de decidir o que levar;
• 10. No lugar de sal, pimenta: se você passar a comprar alimentos com menos sódio, é possível que comece a achar que eles não têm gosto. Neste caso, tempere-os com uma pitada de pimenta-do-reino moída, que realça o sabor sem os prejuízos do excesso de sódio;
• 11. Menos gordura pode significar mais calorias: um pacote de bolacha cream cracker traz, em destaque, a frase “33% menos gordura do que o tradicional”. Na ponta do lápis, a bolacha realmente tem menos gordura: a tradicional tem 3g em 4 bolachas e esta carrega 2g em 5. Em compensação, tem 33% carboidratos a mais que a tradicional. Mas isso não é exibido na embalagem com destaque porque o fabricante não quer que você saiba que enquanto ele tira 1g de gordura, adiciona 3g de farinha de trigo refinada em seu biscoitinho.
• 12. Alimentos enriquecidos: os alimentos enriquecidos de vitaminas e minerais não são necessariamente melhores que outros. Cereais matinais enriquecidos contêm muito açúcar e fazem mais mal do que um copo de iogurte ou um ovo;
• 13. Benefícios duvidosos: pesquisas científicas já provaram os benefícios antioxidantes do chá verde. Mas um teste americano com oito marcas do chá provou que apenas uma delas continha quantidades significativas da substância benéfica. Apesar disso, todas as marcas exibiam a frase “contém antioxidantes” na embalagem;
• 14. Crianças hiperativas: pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, descobriram que alguns corantes (amarelo 5 e 6 e vermelho 40) e o conservante benzoato de sódio têm relação direta com o aumento da hiperatividade nas crianças. Comuns em refrigerantes diet, doces, pickles e cereais, não se sabe ainda se este efeito é gerado individualmente pelas substâncias ou se o problema de comportamento vem da ingestão junto com outros componentes químicos de tais alimentos. Na dúvida, melhor evitar;
• 15. Carne magra nem sempre é melhor: carnes magras são, por definição, menos prejudiciais à saúde. Para tentar deixá-las menos ressecadas, alguns fabricantes adicionam a frangos, perus e alguns cortes de boi uma solução com água, sal e outros nutrientes que ajudam a preservá-las. Isso aumenta drasticamente seu nível de sódio. Fique atento aos níveis de sódio nas carnes industrializadas: 55 mg por porção é um nível bom; já 840 mg é muito elevado;
• 16. Filas longas estimulam a comprar mais: de acordo com uma pesquisa da Universidade do Arizona, filas mais longas deixam os clientes 25% mais suscetíveis à compra de produtos supérfluos, como doces e refrigerantes. Quanto mais exposto à tentação, mais fácil do consumidor sucumbir a ela. Isso explica por que alguns supermercados deixam alimentos básicos como ovos, leite e pão escondidos, forçando os clientes a andar entre produtos que provocam tais tentações gastronômicas;
• 17. Considere o tamanho das porções ao pensar em calorias: para se adequarem a normas dos órgãos reguladores (como não fabricar produtos demasiadamente calóricos), a indústria trabalha com porções que não condizem com aquelas normalmente servidas. A porção de cookie ou bolacha recheada usada na tabela nutricional é de duas unidades, mas tem muita gente que come mais que isso. Entre as bebidas líquidas, a porção é de 200 ml, mas um copo comum tem 300 ml. Portanto, para calcular as calorias que você está ingerindo, considere a quantidade que você come e não a que a tabela indica;
• 18. Use o tato e o olfato para fazer feira: assim você poderá perceber se verduras e legumes estão murchos, se as frutas estão cheirosas ou se os vegetais estão muito moles, passados;
• 19. Compre produtos da estação: os produtos da estação são mais baratos, mais frescos, mais saborosos e normalmente são produzidos na região em que são vendidos (causando menor poluição para serem distribuídos);
• 20. Não confunda diet com light: pela legislação brasileira, alimentos light são aqueles que têm quantidade reduzida de algum ingrediente em relação ao tradicional: menos sal, menos gordura ou menos açúcar. Não são, portanto, sinônimo de menos gorduras. Já alimentos diet são aqueles que excluíram algum ingrediente em relação à receita tradicional. Por exemplo, não têm sal ou não levam açúcar. Diet não é sinônimo de sem açúcar.