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16 de dez. de 2009

Soltando os bichos

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Há algum tempo já que a minha "ingenuidade ambiental" tomou o rumo da extinção junto com a flora e a fauna desse nosso planeta, embora um lado meu ainda teime em acreditar que em algum estágio do caminho, quando "a água bater na bunda" (como dizem na minha terra)... finalmente iremos arregaçar as mangas e colocar o tão decantado cérebro pra funcionar.

Enquanto isso não acontece, vou assistindo sonolenta aos desdobramentos da Cópula de Copenhague (sim: '
cópula' em vez de 'cúpula', porque afinal dela sairemos todos fodidos) e constatando que a hipocrisia dos governantes não tem limite nem vestígio de inteligência. A Cópula nada mais é do que um arremedo da miserabilidade de metas do Protocolo de Ki-roto (de onde já saímos retalhados).

Havendo ou não alguma veracidade na questão do aquecimento global e mudanças climáticas resultantes dele (não deixe de ver o post sobre isto), permanecem prementes as medidas que minimizem a poluição do ar e da água ('artigos' sabidamente de primeira necessidade) assim como dar um basta ao empobrecimento e envenenamento do solo com o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos. E isso está bem longe de ser feito, graças aos interesses corporativos que controlam tais governos (e sobre isto, é imprescindível ver o videozinho A História das Coisas, aqui mesmo no blog).

Pra arrematar esses pensamentos todos, e pra quem tiver curiosidade, eu trouxe um texto encontrado no blog Desmanche de Celebridades - que põe no meu, no seu, no nosso... sim, porque dividimos as responsabilidades assim como dividimos o CO2 e o buraco na camada de ozônio - e isto porque "a terra é redonda!! pois se fosse quadrada ou retangular... bem..." (sic)

Quem não tiver medo de refletir sobre suas próprias contradições, humanas que são, saboreie porque é um texto excepcional.

Sem mais bichos por enquanto, me despeço.






O 1984 de 2009

Texto trazido integralmente do blog Desmanche de Celebridades:



A sociedade atual parece uma colcha de retalhos. Um gigantesco quebra-cabeças, que apesar de inteiramente montado, possui peças deslocadas do seu lugar original.

As pessoas, em sua maioria, vivem como se estivessem em um reality show. As atitudes ou pontos de vista, assim como a estética adotada por cada um, servem apenas como uma forma de aparecer ou de se tornar melhor do que os outros.

A miscelânia de paradigmas, apesar de não ser privilegio dos tempos atuais, adquiriu sua faceta mais exacerbada. A ambigüidade do real é a única certeza que temos. Longe de ser uma contradição da prática social, o que temos são apenas diferenças visuais ou da boca pra fora.

Mais do que uma mistura de conceitos, houve um esvaziamento ideológico de todos eles. Os símbolos e as condutas viraram signos, são cooptados livremente de acordo com modismos, conveniências, ou padrões de consumo. Nada significa nada, e um nada que leva a lugar nenhum. Como resultado, temos uma sociedade que perpetua o capitalismo selvagem, a injustiça social, a poluição, e o consumismo desenfreado. Mesmo que as pessoas digam que não são favoráveis a nada disso. Essa é a sua lógica, por que dizer e parecer, é diferente de fazer e praticar. Ficamos com a primeira opção.

Grande parte das pessoas só são diferentes na estética, por que na prática, perpetuam o mesmo padrão de sociedade em que vivemos, dada a frouxidão pela qual defendem os valores que dizem acreditar. É a pessoa que se diz católica, mas tem uma estatua do Buda na sala de sua casa (sem considerar esse exemplo em específico algo ruim). Ou o executivo de uma multinacional que só pensa em dinheiro, mas que usa uma pulseira hippie e um cabelo punk. Ou ainda aqueles que defendem o meio ambiente, mas são consumistas inveterados e jogam lixo pelas janelas dos seus carros. É como um semáforo que está sempre com as três cores acesas: ao passar por ele, a pessoa decide aleatoriamente se vai parar, seguir, ou prestar atenção. Às vezes, quer fazer mais de uma dessas coisas ao mesmo tempo.

As pessoas são vegetarianas, mas ao mesmo tempo chegam a ter no mínimo 3 celulares diferentes em um ou dois anos, só por que alguns possuem mais mega pixels do que os outros. Elas se esquecem que tal liberdade de consumo, tão defendida, só é possível através da construção de hidrelétricas que alagam regiões e aniquilam lentamente os habitats dos animais que tanto defendem.

Longe de ser uma sociedade da diversidade, é uma sociedade onde quase todos são iguais (no pior sentido que isso possa ter). As diferenças existem apenas nas aparências, ou estão limitadas ao simples discurso. Nada muda ou se torna diferente depois de tudo que foi dito. As pessoas parecem todas moldadas dentro de uma mesma estrutura, mas encoberta por alguns detalhes externos. Quando caem os detalhes, o esqueleto de todas elas é um sempre igual.

Alias, tudo parece a repetição de uma mesma estrutura miseravelmente encoberta por alguns detalhes. O que certos “moderninhos” fazem para se diferenciar, é logo percebido como comportamento massificado e imposto. Colocam um brinco alargador nos ouvidos, e quando saem nas ruas observam um monte de pessoas com esse mesmo adorno.

Líderes mundiais realizam conferências para discutir a fome, a educação, a pobreza e o meio ambiente, e depois de uma série de discursos convincentes, temos a proliferação do “câncer” em todas essas coisas. As estatísticas indicam um aumento da media de escolaridade em todos os lugares, mas nunca se viu uma juventude tão alienada e desengajada como essa que ai está.

Cabelo moicano, broche do anarquismo, camiseta do Che Guevara, piercing, tatuagem, aliança tibetana, Nike Shox.

É possível encontrar todas essas coisas em uma só pessoa sem que ela saiba ao certo o que cada uma delas significa. Ou melhor, sem que ela saiba a ideologia existente por trás cada uma dessas coisas.

A pessoa se diz anti-homofóbica, mas chama de sacrilégio um filme que discute a possível homossexualidade de Jesus Cristo (Corpus Christi, filme que esta sofrendo uma tentativa de censura no Brasil, fiquem atentos!). É libertária numa esquina, moralista e conservadora na outra.

Longe de ser uma sociedade onde reina a convivência pacífica de idéias contrarias, é uma sociedade que reproduz todos os tipos de preconceitos gerados pela diferença da forma mais velada possível, e de maneira suficientemente branda para não permitir qualquer tipo de ruptura dos mesmos.

Já não são mais necessárias guerras (apesar de várias delas estarem acontecendo neste exato momento) ou radicalismos ideológicos para alguém morrer, morremos em qualquer esquina, sem causa ou propósito algum. Morremos quando vamos assistir a uma partida de futebol, ou quando somos assaltados por um playboy traficante da classe media alta (ou por qualquer coisa antagônica do tipo). Longe de construir uma sociedade menos violenta, o esvaziamento ideológico dos conceitos tornou a violência ainda maior, mais imprevisível, e completamente irracional.

Falamos muita coisa aqui, sem tanto encadeamento. Esperamos suscitar discussões.


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